A relação amorosa e o ciúme
- Elsa Mbumba
- 14 de jul. de 2023
- 12 min de leitura
Atualizado: 21 de ago. de 2024
Por António Mendes Pedro e Elsa Mbumba

A relação amorosa é uma relação complementar que envolve a alegria e a sexualidade, o reconhecimento e a ação.
O ciúme, por sua vez, surge como reação a uma ameaça real percecionada que irá colocar em risco esta relação ou a sua qualidade.
Este artigo está dividido em duas partes, cada uma elaborada por um dos autores, em diálogo entre si. Na primeira parte, o autor descreve o que o considera serem as componentes fundamentais de uma relação amorosa sadia. Na segunda parte, a autora, a partir do estabelecimento da diferença básica entre o ciúme reativo e o ciúme patológico, compreende as causas, as possíveis consequências e soluções destes avatares do amor.
A) AS 4 COMPONENTES DO AMOR ROMÂNTICO:
I - A SEXUALIDADE NO AMOR
Há cem anos, Freud então na casa dos 60 anos, escreveu de modo detalhado sobre o Amor, no seu artigo sobre Psicologia das Multidões e Análise do Eu: “O amor não é nada mais do que um investimento do objeto que provém das pulsões sexuais, com vista à satisfação sexual direta”.
Esta é a perspetiva radical da psicanálise clássica, sobre a relação amorosa como investimento que desaparece quando é atingido, mas que mantém as pessoas em relações estáveis, porque a economia da necessidade pulsional sexual está sempre de volta.
E para fazer vingar a sua crítica sobre a visão romântica do amor, como centrado nos sentimentos, Freud constrói uma argumentação com base em duas vinhetas clínicas, que retira das suas observações de pacientes que desvalorizaram ou puseram de lado a vida sexual:
a)Na primeira vinheta, Freud aborda o caso das pessoas que se instalam na ilusão de que o outro é amado por causa das suas qualidades psíquicas. Nesta abordagem sentimental do amor, as pessoas deixam-se levar por uma miragem que é a da idealização. Quanto mais elas rejeitam as tendências para a satisfação sexual direta, mais o objeto amado se torna magnífico e precioso! O que resulta deste “tirar as mãos da massa”, é um abandono do si ideal, é o ”autossacrifício” e a “submissão”, em que o ser amado é tudo e o amador quase nada. Por isso, nesta lógica, Freud considera os sentimentos amorosos como “um rapto”, “uma espoliação”, em que o Eu é roubado de uma parte de si, porque sofre de uma “perca” que é nuclear.
b)O segundo estado amoroso desconstruído por Freud é o das pessoas que se deixam fascinar pelo enriquecimento que sentem ao introjetarem as qualidades da pessoa amada. Neste caso, o processo em jogo é pois o da identificação à pessoa amada. Mas esta identificação acontece porque o objeto amado vem habitar e tapar os buracos do Eu, oriundos das experiências traumatizantes da infância, nomeadamente das experiências de agonia, desamparo e abandono, e irá inevitavelmente criar novas experiências traumáticas na relação amorosa. É o que acontece, na vida dos amorosos, quando o objeto amoroso toma o lugar do Ideal do Eu e a pessoa cai na cegueira amorosa, estado em que pode vir até a cometer crimes em nome do sentimento amoroso.
c)Ainda neste artigo, Freud equaciona uma terceira perspetiva, aquela que relaciona o sentimento do amor com o conhecimento da pessoa amada. Neste caso, e depois de se referir aos artistas e aos escritores como “ os especialistas do amor”, Freud acaba por criticar Leonardo da Vinci que escreveu que um grande amor nasce dum grande conhecimento da pessoa amada. Não é assim para Freud, porque não é por se conhecer mais, ou melhor, que se ama mais!
Fica assim clara a hipótese pulsional que recusa ligar o amor ao sentimento ou ao conhecimento, para defender o Eu das ameaças destrutivas relacionais. Com efeito, Freud é levado a considerar o afeto amoroso como um excesso paralisante, que precisa de ser contido para defesa da soberania do sujeito. Para Freud isto é tanto mais importante quanto, no seu modo de ver, a finalidade do trabalho em psicanálise é o de se aceder à independência. Então, para esconjurar as tentações do amor, Freud é levado ao extremo de prescrever a ascese dos sentimentos e a desvalorização do corporal, reduzindo o amor a um investimento da satisfação direta. Esta a outra face da moeda, já que, Freud terá cessado a sua vida sexual aos 46 anos, e escreveu sobre os seus tempos de jovem estudante universitário: “entreguei-me todo aos meus livros, de modo que já nada sobejava para a minha prima...”.
II - A ALEGRIA E A ACÇÃO NO AMOR
Curiosamente Freud foi buscar a Spinoza, a expressão “o amor não é nada mais do que”. Com efeito, mais de 200 anos antes, o filósofo definira o amor como: “O amor não é nada mais do que uma alegria, de causa exterior...”
Considera pois o filósofo de origem portuguesa, que o amor é uma “paixão “ que deriva “duma causa exterior”, ou seja do outro e do ambiente.
E é esta alegria, emoção consciente que predomina na relação em que existe amor, que contém também em si uma” virtude” e que é a de” aumentar o poder de acção”.
Deste modo, podemos dizer que Spinoza define o amor não só pelo sentimento alegre, mas também pela sua qualidade cognitiva. A relação amorosa cria a alegria, que nasce do outro, como causa exterior! Assim a pessoa, na relação amorosa, não é vista como uma completude em si, tendo um poder que venha de si, mas como complementar e fazendo já parte desse ambiente.
Como sabemos, o cristianismo cliva o amor, separando Eros (que se realiza na completude de si) da Agapé (a caridade voltada para o outro). Por outro lado, também a filosofia cartesiana que tanto influenciou o pensamento ocidental moderno, considera o amor como uma paixão primitiva e inferior, por resultar duma ação do corpo sobre a alma. Ao contrário, Spinoza, parte de outra nascente e segue outro caminho, como acentuou um outro emigrante português, o neurocientista António Damásio, no seu livro de 2003 “Ao Encontro de Spinoza”. Deste novo ponto de vista, “espírito e corpo são a mesma coisa!” como escreveu o filósofo. É o que explicita o neurocientista contemporâneo: “o que se passa na mente, passa-se também no corpo”!
Então podemos concluir que, na perspetiva amorosa, já não se trata de possuir o outro ou de conquistar o outro, mas de aceder a um crescimento do ser. Nesta via spinoziana-damasiana, a que também acedemos, o amor é visto como um laço e como um ponto de partida, como “uma coisa que está na origem da minha virtude”. O encontro dos corpos e dos espíritos são uma e mesma realidade, e são vistos, desde o seu começo, como fonte de renascimento e não como ameaças. A regeneração, o crescimento da pessoa como sujeito dá-se pelo encontro com o outro, que é espírito e corpo.
Em conclusão, do mesmo modo que a tristeza diminui o poder da ação, também a virtude do amor aumenta o poder de agir. E de modo muito simples é o que acontece com as pessoas amorosas, as quais, de modo quase involuntário e espontaneamente, se oferecem presentes e tomam iniciativas íntimas, interpessoais, sociais e artísticas, que até surpreendem cada um dos elementos do par!
III - A COMPLEMENTARIDADE E O RECONHECIMENTO NO AMOR
Conceber o amor como um simples processo de desenvolvimento pessoal seria redutor. O amor é uma relação de intimidade aberta, em que dois seres diferentes criam um nós/weness/être avec, em que o ser amante e o ser amado viajam na mente e no interior um do outro, porque quando uma pessoa ama põe o ser amado a viver dentro de si, e por via dessa osmose, o ser amante passa também a viver no ser amado.
O psicanalista português Coimbra de Matos, partindo da observação dos humanos na situação laboratorial da experiência terapêutica, coloca o amor no centro dessa relação psicanalítica, definindo-o como “a descoberta e a construção da relação de complementaridade insaturada“. Insaturada porque aberta à novidade e à ação.
Na lógica simétrica e assimétrica que é a de Coimbra de Matos, um amor assim não pode ser reduzido ao afeto, mas implica também um pensamento que é o do reconhecimento mútuo:-“ser amado é ser reconhecido e amar é também reconhecer o outro”. Esse é o poder do ser amante, como animal alfa, o de encantar o outro:- “ porque te encantaste por mim, por minha vez também me encanto por ti”.
Parece-nos pois, que o reconhecimento acontece, em particular, quando se desenvolve a descoberta mútua da intencionalidade um do outro. Colocar-se no lugar do outro é sobretudo reconhecer que o outro é portador de intenções próprias. E porque amo sou capaz de intuir as intenções da pessoa amada, como esta é capaz de intuir e de antecipar a minha intenção. Reconhecer o outro, como outro, implica pois a cognição do reconhecimento afetivo, mas também do reconhecimento cognitivo.
A relação amorosa torna-se cumplicidade, construída através da inter-intencionalidade. É por isso, que a própria terapia psicanalítica não pode ser senão uma psicanálise da relação, o que é diferente da chamada psicanálise relacional, a qual se refere a um conceito intelectual. E por isso a psicanálise, como “autoanálise assistida” promove o empoderamento do analisando. Do mesmo modo, relação amorosa romântica empodera e favorece a criação de projetos comuns e a imortalidade, pela transmissão aos vindouros.
IV - O AMOR COMO TOTALIDADE
Sobrevoados os caminhos destes três autores de referência, diremos que o AMOR AMOROSO EXISTE, em jovens e adultos, quando é uma relação que faz emergir simultaneamente e em complementaridade a ALEGRIA, a SEXUALIDADE, o RECONHECIMENTO e a ACÇÃO.
Como todos sabemos, a relação amorosa surge, a partir da adolescência e ao longo do ciclo de vida, com o desenvolvimento das hormonas sexuais da testosterona/estrogénios e a centração afetivo-cognitiva no outro. Surge, então a relação vivida inesperada, com a alegria de viver que os olhares amorosos captam, com o acesso à penetração e ao orgasmo, em que amorosos nos reconhecemos mutuamente como originais e intersubjetivos, em que voamos criando e inventando, agora mesmo, um futuro com base nos valores em que acreditamos. Estes projetos são os de ter filhos e netos, criados com a responsabilidade de quem sabe que o crescimento populacional mundial não pode continuar a aumentar. Mas são também os projetos de cooperação sociocultural e política, que implicam sair da zona de conforto e meter as mãos na massa, seja pela criação artística, seja pela participação em associações, e em partidos.
Fora da relação amorosa, mas também no âmbito do amor, há a relação de tipo pais-filhos, a qual exclui a sexualidade. Esta relação implica o envolvimento/bonding, ou envolvimento emocional, da alegria e da proteção, o reconhecimento da criança como senhor de direitos, antes de mais o direito de ser ele mesmo e de se identificar consigo próprio e, a ação criativa antecipatória, aquela por exemplo, que de modo misterioso leva uma mãe a acordar uns segundos antes do seu bebé, para melhor lhe prestar cuidados.
V - CONCLUSÃO SOBRE O PAR AMOROSO
Freud era conservador nas questões político-sociais, mas ambicioso como homem do seu século, com o confessado ideal do Eu de ser um conquistador. De modo defensivo, considerava a questão do amor como uma questão infernal para o intelecto. Mas também pensava que o amor era necessário para o processo da cura pela psicanálise. Em “Para Introduzir o Narcisismo” (1914) escreveu que “um sólido egoísmo preserva da doença, mas no final temos de amar para não cair doentes, porque cai-se doente quando por frustração não se consegue amar”. É o que desenvolve, numa derivação inesperada, Coimbra de Matos quando escreveu, em 2003, o livro “Mais Saúde e menos Doença”!
Do ponto de vista holístico do modelo relacional, a saúde do jovem e do adulto desmorona-se, pelo lado do mental ou do somático, pouco importa, quando cai, pelo menos um dos quatro pilares em que assenta a ponte da relação amorosa – o da alegria, ou o da sexualidade ou o do reconhecimento, ou o da ação. No caso das crianças, que não têm sexualidade infantil, ao contrário do que tem sido repetido ao longo de 100 anos, a unidade das suas mente-corpo desfaz-se quando cai um dos três pilares da correlação: o da alegria, o do reconhecimento ou o da ação.
Curiosamente ninguém se cansa de ser amado, mas há pessoas que se cansam de amar! A doença aparece então correlacionada com a inexistência ou a perca do amor. Quem não ama é já de si um doente! Como somos seres sociais, quem não ama é sociopata. Mas quem não ama, faz também adoecer os outros. Pela via da depressão que suscita, provoca no outro a inibição do entusiasmo relacional e da alegria de viver. Pela via do stresse que provoca, impede ao outro a capacidade da exploração do real. Pela via da perturbação cronobiológica, que desregula a mente, mata a criatividade do outro.
Num curso para altos quadros gestores, realizado em França, o responsável ofereceu no início da formação um gatinho a cada formando. Estes foram convidados a falar diariamente das afeições que iam criando com os gatos. Uma semana antes de terminar o curso mensal, o responsável deu ordens para que todos eles matassem os seus gatinhos! Uma senhora que desobedeceu ficou doente e desistiu do curso. Os outros altos quadros confirmaram, com o seu comportamento, um estudo publicado nos USA, em que se refere que mais de 20% dos gestores de topo são psicopatas.
A indiferença emocional que pode levar ao assassinato de gatinhos é a mesma que suporta a aprendizagem da ação psicopata no local de trabalho. Depois de acedermos ao amor pela reflexão escrita, fica então como nota final, a intuição, de que a ação pedagógica, política ou social sem empatia, está correlacionada com a falta de amor real nas pretensas relações amorosas.
B) O CIÚME
Como parte tão significativa da vida humana, é de se esperar que as relações amorosas sejam fonte de prazer, satisfação e bem-estar. Porém, assim como proporcionam sentimentos gratificantes, são facilmente tidas como fonte de tristeza, sofrimento e desconforto. Isto porque, qualquer ameaça percecionada à relação, ou à sua qualidade, desencadeia no ser humano a reação complexa que atende pelo nome de ciúme.
Por ciúme, frequentemente nomeado como ciúme reativo, entende-se uma reação desencadeada por uma ameaça real percecionada por um individuo relacionada ao parceiro amoroso ou à perda da exclusividade no relacionamento intimo.
Diferente do ciúme reativo, o ciúme patológico é caracterizado por suspeitas infundadas de infidelidade que, persistem mesmo na ausência de evidência confirmatória e face a repetidas garantias de fidelidade e, que terão influência negativa quer nos pensamentos, sentimentos, comportamentos e funcionamento do casal, quer na sua interação. Esta condição tem relevância clínica, não só por que causa sofrimento ao individuo e ao parceiro, mas também porque pode levar a violência autodirigida, dirigida ao parceiro e até mesmo ao suposto “rival”.
Há quem defina o ciúme patológico como uma ilusão interpessoal, caracterizada pela crença ilusória de que se sabe as emoções, atitudes, motivações e intenções da outra pessoa. Interpessoal no sentido de que pode ser instigado, acalmado ou alimentado pela evocação do ciúme ou por comportamentos inconscientes do parceiro amoroso.
É, aliás, natural que, enquanto ser humano, se faça uso das próprias emoções para tentar descodificar o conteúdo das mentes dos outros. No caso, o processo de mentalização é utilizado erroneamente, o que faz com que o medo e a insegurança gerados pelo distanciamento do parceiro reforcem a convicção irracional de infidelidade.
Ações do parceiro passam a ser interpretadas à luz de emoções, como medo e raiva, derivadas da convicção de que existe infidelidade e, o seu paradeiro, ações e objetivos são constantemente monitorizados. Acusações e discussões procedentes podem levar a episódios de violência verbal, física e emocional ou, em casos graves, a tentativas de assassínio e suicídio, frequentemente denominadas como crimes passionais.
A maneira como o ser humano se relaciona, segundo Bowlby e a sua teoria da vinculação, está relacionada aos três tipos de vinculação desenvolvidas na primeira infância e que podem ser preditivas de padrões relacionais futuros.
A vinculação segura, caracterizado pela disponibilidade de cuidadores primários para ajudar e proteger a criança em situações stressantes nos estágios iniciais de desenvolvimento, levará a um adulto capaz de manter relações amorosas saudáveis, ou seja, com menor intensidade de ciúme, menos sentimentos de ansiedade e medo, e uma maior sensação de segurança, controlo e autoestima.
A vinculação insegura-evitante, que resulta da constante rejeição materna, procederá num adulto que tenta ser autossuficiente e evita intimidade como uma defesa para sentimentos de vulnerabilidade.
Por fim, a vinculação insegura-ambivalente, que ocorre quando o cuidador principal está disponível para ajudar em determinadas situações, mas não em outras similares, o que gera inconsistência, levará a um adulto inseguro, ansioso, com medo de abandono e com dificuldades em estabelecer relacionamentos seguros e confiáveis. Este tipo de vinculação estará então associado a ciúmes mais intensos, e quiçá, patológicos.
Assim, indivíduos ansiosos, com comportamentos evitantes, parecem, segundo a literatura, representar a estrutura do ciúme, devido à constância de comportamentos obsessivos, sensibilidade interpessoal, medo de perda e baixa autoestima. Evidências empíricas apontam ainda para fortes correlações entre ciúmes exacerbados e a existência de psicopatologias como depressão, perturbações de ansiedade, abuso de substâncias e perturbações obsessivo-compulsivas.
Isto enfatiza, de alguma forma, a ideia de que existe uma diferença entre o ciúme reativo, fundado, e o ciúme infundado, patológico.
O primeiro visto como uma interação entre um relacionamento amoroso, uma ameaça real à sua qualidade e um contexto social que reforça comportamentos com base no que é culturalmente aceite. Em Angola, por exemplo, a triangulação amorosa, é facilmente reforçada pelo contexto devido à herança cultural poligâmica, neste caso, é compreensível que o individuo se sinta enciumado.
Já o segundo, como referido, será fortemente influenciado pelos padrões relacionais desenvolvidos a partir das relações precoces e por traços de personalidade.
Por fim, importa referir que ao submeter-se às exigências, cobranças e controlo excessivo do individuo, ao abrir mão do seu direito de liberdade e privacidade, o parceiro amoroso está a reforçar a perpetuação do comportamento patológico. Assim sendo, e fugindo à tentação de vitimizar e/ou responsabilizar apenas uma das partes, os dois indivíduos no casal têm um papel importante, tanto na manutenção da situação patológica, quanto na superação da mesma.
Por seu turno, a terapêutica, exige antes de mais, o reconhecimento da situação e da problemática, por ambas as partes, e a motivação para a mudança e/ou controlo da situação. Este reconhecimento e motivação para a mudança estarão na base, e servirão de fomento para a procura de ajuda médica (psiquiátrica) e psicológica.
Caso seja necessário, a intervenção médica consistirá na administração de terapêutica medicamentosa, e a intervenção psicológica, no acompanhamento psicológico ou psicoterapêutico que deverá focar-se nas problemáticas subjacentes ao ciúme patológico.
No caso de terem-se verificado episódios de violência, a qualquer nível, o parceiro tem legitimidade para denunciar a quem de direito, e deve faze-lo, já que muitas vezes o reconhecimento da situação patológica dá-se por meio, e já tardiamente, dos crimes de violência nas relações de intimidade, e dos anteriormente referidos homicídios e suicídios passionais.